Dia 25 de julho às 21h na Casa da Cultura, os Cirandeiros de Paraty se apresentarão como parte do evento OFFflip Cultura de Paz. Após a apresentação, haverá um cortejo até o Ocupa Paratii na Quadra da Matriz, onde todos estão convidados a fechar a noite com uma roda de ciranda.
Uma Breve História da Ciranda de Paraty
No início do século XX em Paraty, a necessidade de ajuda mútua entre as famílias originou os “mutirões”, que eram esforços coletivos para atividades como plantio, colheita e construção. Esses eventos eram celebrados com os “bailes de roça” ou “Baile do Xiba”, que utilizavam instrumentos rudimentares locais como adufes, caixas de percussão, violas Angrenses e rabecas artesanais.
O sucesso dos mutirões, festas e aniversários era comemorado com dança e cantoria que duravam a noite inteira, formando a base do “Baile do Xiba”. Com o tempo, essa tradição rural se transformou na Ciranda Caiçara de Paraty, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Quando os bailes passaram para a cidade, perderam algumas características devido às construções mais sofisticadas e frágeis. Apesar disso, a Ciranda evoluiu, incorporando novas músicas e danças. Durante o século XX, muitos músicos locais deixaram suas marcas na Ciranda, incluindo Mestres como Seu Lourenço Honório, Mestre Chiquinho, e muitos outros.
A Ciranda moderna em Paraty foi amplamente influenciada pelo Mestre Antonio Marcolino, que ajudou a formar novos grupos e disseminar a tradição na cidade. Nos anos 2000, a tradição sofreu com a perda de mestres devido à idade e à pandemia de COVID-19, mas iniciativas como o “Inventário Sonoro da Cultura Caiçara” ajudaram a documentar e preservar esse patrimônio.
Novos grupos como “Os Caiçaras” e o “Ciranda Elétrica” foram formados para revitalizar a Ciranda. Em 2018, a Ciranda Caiçara de Paraty foi formalmente reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, novos grupos, incluindo o “Coletivo Mulheres da Terra” e o “Pirão de Gonguitos”, surgiram para continuar a tradição, envolvendo jovens e promovendo a diversidade. O esforço contínuo de transmissão desses saberes é fundamental para garantir a perpetuação da Ciranda como um patrimônio cultural vivo e dinâmico.