“21 de Agosto de 1660, Governador Salvador Correia de Sá e Benevides
mandou abrir, e descobrir as estradas desde aquele território (Paraty),
ao de São Paulo, para entabularem as minas de sua repartição.”
Lei municipal nº 1592 /2007 oficializa o dia do Caminho do Ouro de Paratyhttps://paraty.rj.leg.br/site/legislacao/lei-ordinaria-no1592-de-2007/
Por Diuner Mello
Ao ensejo das comemorações dos “Trezentos e Sessenta e dois anos do Caminho do Ouro” importantes e urgentes reflexões tornam-se necessárias, todas elas relacionadas com os caminhos e sua importante participação nos destinos de Paraty.
Duas frases antológicas definem a união de Paraty com seus caminhos, a primeira, poética, a segunda, de cunho econômico e social: a do arquiteto Lúcio Costa: “…porque Paraty é o lugar onde os caminhos do mar e da terra se encontram, melhor, se entrosam…”; a do advogado Dr. José Gerardo Barreto
Borges: “ É sempre pelos caminhos que Paraty se salva e se perde.”
O progresso do então povoado de Paraty, no início do Século XVII só aconteceu pela utilização da trilha dos Goianá ou Goiaminins que daqui do litoral transpunha a Serra do Mar até atingir o Vale do Paraíba, na altura de Taubaté. É o constante e permanente trânsito neste caminho que fez com que o povoado se revoltasse e se separasse da Vila de Nossa Senhora da Conceição da Ilha Grande (hoje Angra dos Reis) e
se fizesse Vila.
Diz Mons. Pizarro em sua obra Memórias Históricas do Rio de Janeiro, citando a insatisfação dos
angrenses com a criação da Vila da Paraty: … clamou porém de balde (sic) porque os seus gritos nunca podiam prevalecer à necessidade e utilidade pública, que resultou da criação da nova Vila em um distrito, por onde corria o caminho único para o Sertão e Minas de Serra acima…”.
Ou seja, a razão para a criação do Município de Paraty foi a Trilha Guaianá, o Caminho ou Estrada da Serra, Estrada Geral ou Estrada Real ou mesmo Caminho do Ouro, ou qualquer outro nome que este caminho tenha recebido através dos séculos.
Diuner Mello