NA MINHA IDADE

Teresa Jardim

Vivo ilegalmente
na minha idade: falhei alguns aniversários.
Caminhei até onde o medo permitiu,
à beira das levadas de rega.

O meu primeiro amor foi um gafanhoto
verde, depois outros bichos pequenos.

Nunca me apaixonei no cinema
como as outras raparigas: apaixonei-me
pelo cinema.

Teresa Jardim virou poesia. Partiu para um sarau eterno, ao lado de Cairo Trindade e outros grandes poetas. Ela foi um dos ícones da poesia pornu, A Dama da Bandalha, do Topless Literário, membro irreverente da lendária Gang de Art Pornu nos anos 80.
Nossa homenagem .

“Não era um pornô assim, pornográfico, erótico. O objetivo do movimento não era, para nada, fazer a pornografia comercial, clássica, mas sim compreender a lógica da pornografia e trazê-la para um universo de subversão e fazer dela uma ferramenta de combate político — o erotismo era inicialmente aceito pela Ditadura. O movimento da Arte Pornô foi concebido pelo poeta Eduardo Kac nos anos 60, mas tem seu lançamento público já nos anos 80, com o coletivo Gang, através da criação do “Manifesto Pornô” em maio de 1980, publicado no zine “Gang” n.º 1 em setembro de 1980.” (…)(A Voz da Serra)

A Gang também passou pelo Teatro da CEU “(…) O ano era 1979, Elis Regina conquistava o país com o disco show “Essa Mulher”; Caetano Veloso (en)cantava “Muito é muito pouco(…)”, “e de nada valeria, … acontecer de eu ser gente e gente é outra alegria, diferente das estrelas…(…)Terra… Por mais distante o errante navegante, quem jamais te esqueceria…” diariamente do quarto do Valmir Portugal, em um dos corredores frontais. Ao lado, no quarto do Albano Cassar, Cat Stevens entoava sua triste e linda ode à My Lady D’Arbanville, que a todos maravilhava, como um mantra; e no quarto do Sapaghi, Rita Lee seduzia com seu canto rock romântico “…Me deixa de quatro no ato, Me enche de amor…”, “Baila, baila comigo, como se baila na tribo…”;
No Balcão Poético (Teatro da CEU) a Gang Pornu (ou do Desejo; ou do Prazer), formada por Cairo Trindade (O Príncipe Pornu), Eduardo Kac (O Bufão do Escracho), Teresa Jardim (A Dama da Bandalha), Denise Trindade (A Princesa Pornu e mulher de Cairo), Sandra Terra (Lady Bagaceira), Ana Miranda (A Cigana Sacana), Cíntia Dorneles e as crianças Daniel e Joana Trindade (Os Surubins), outros artistas e poetas também se engajavam nessa ‘expedição’.
(…)” , do livro “A Universalidade da CEU – Histórias da Casa do Estudante Universitário”, (pág. 63) de João Bosco Gomes, Domingos Moura de Oliveira e Carlos Dei Ribas.

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