O conceituado poeta e compositor Salgado Maranhão confirmou presença na 19ª OffFlip, que acontecerá nos dias 27, 28 e 29 de Julho de 2023, na Casa da Cultura de Paraty, na qual será o grande homenageado e falará da sua poesia, que “nos resgata uma voz inconsciente que fomos perdendo, aos poucos, depois da idade pré-natal (…) uma linguagem aberta, sinuosa, prenhe de significantes e irresponsável, como o discurso das crianças” (*) segundo ele mesmo. Para o poeta maranhense, “(…) A poesia (…) não dá receitas, dá autonomia. Não nos manda imitar o outro, quer que descubramos nosso próprio mapa.”(**)
(*) SOUZA, Iracy Conceição de. Entrevista com Salgado Maranhão; (**) O Globo -15/07/2012)
O poeta maranhense foi vencedor dos prêmios: Prêmio Jabuti, 1999, com “Mural de Ventos”; Prêmio Olavo Bilac de Poesia, da Academia Brasileira de Letras, em 2011, com “A cor da palavra”; e novamente o Prêmio Jabuti, em 2016, com “Ópera de Nãos”. Em 2021 travou acalorada disputa com Gilberto Gil para ocupar a vaga da cadeira número 20, na Academia Brasileira de Letras, que pertenceu ao jornalista Murilo Melo Filho, falecido em maio de 2020. A vaga acabou ficando com o compositor baiano. Letrista/compositor, tem mais de 50 músicas gravadas por vários artistas, como Amelinha, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Paulinho da Viola, Rosa Marya Colin, Vital Farias, Zizi Possi, Ivan Lins. Salgado Maranhão recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelas: Universidade Federal do Piauí – UFPI (em 13/11/2017) e Universidade Federal do Maranhão UFMA (em 25/11/22).
Poeta ganha o mundo
Seus poemas estão traduzidos para o inglês, alemão, italiano, francês, sueco, hebraico, japonês e esperanto. Salgado Maranhão ministra palestras no Brasil e no exterior. A convite, já esteve em mais de100 universidades americanas como Harvard, Yale, University of Virgínia, onde sua poesia virou objeto de estudo. Além disso, seus poemas foram publicados em mais de 60 revistas literárias, inclusive, no The New York Times.
Este ano fez o Oitavo Giro Poético pelo Mundo Acadêmico Americano – onde já tem 5 livros traduzidos e publicados – acompanhado pelo seu tradutor Alex Livitin, e esteve na Biblioteca do Congresso Americano, deixando gravado longo depoimento sobre sua trajetória, para os anais da mais importante biblioteca do país, fazendo companhia aos poetas Octavio Paz, Pablo Neruda, Jorge Luis Borges e aos brasileiros Manuel Bandeira, Carlos Drummond e Vinicius de Moraes, que o antecederam.
Livros publicados:
Ebulição da Escrivatura (antologia poética, 1978); Encontros com a Civilização Brasileira (poemas e ensaios); Aboio ou a Saga do Nordestino em Busca da Terra Prometida (cordel, 1984); Os Punhos da Serpente (1989); Palávora (1985); O Beijo da Fera (1996); Mural de Ventos (1998, Prêmio Jabuti 1999); Sol Sangüíneo (2002); Solo de gaveta(2005); A pelagem da tigra (2009); A Cor da Palavra (2010); O Mapa da Tribo (2013); Ópera de Nãos (2015, Prêmio Jabuti 2016); Avessos avulsos (2016); A sagração dos lobos (2017); A casca mítica (2019); Pedra de encantaria (2021).
Origens
Nascido no povoado Canabrava das Moças, município de Caxias (MA), José Salgado Santos foi alfabetizado aos 15 anos, tomou gosto pela poesia com os trovadores e as rodas de viola feitas em sua casa. Conheceu Torquato Neto – que lhe deu o nome de Salgado Maranhão – em Teresina, onde morou por curto tempo. Aos 20, mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro, onde estudou Comunicação Social, na Pontifícia Universidade Católica, e Letras, na Universidade Santa Úrsula.
Quando estudante universitário, Salgado Maranhão foi residente da histórica Casa do Estudante Universitário – CEU, local de resistência política e cultural nos idos de 1965 a 1995, onde participou ativamente na criação do Teatro da CEU e do movimento de poesia na cidade do Rio de Janeiro, naquele período, que se abrigava no Balcão Poético da CEU.
Expediente:
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