Com a temática -– ”O SUS é de todos!”, e o lema : “Garantia de acesso e melhoria da qualidade em todos níveis de atenção à saúde”, realizou-se em 23 junho na Casa da Cultura, a 10ª Conferência Municipal de Saúde de Paraty, com ampla participação dos seguimentos dos usuários, trabalhadores da saúde, gestores e prestadores de serviços de saúde.
A conferência apresentou como eixos temáticos:
1 — Fortalecimento da atenção primária em saúde;
2 — Atenção especializada de média e alta complexidade;
3 — Vigilância em saúde;
4 — Gestão de saúde e financiamento do SUS;
5 — Controle social e assistência farmacêutica.
Com base na metodologia de Gerenciamento Integrado—‘GI’, utilizado para implantação da ESF em Paraty em 2001 pelo COMAMP, atualmente podemos constatar como ponto alto os princípios constitucionais: Saúde um direito de todos e dever do Estado e a Infraestrutura —Hospital, SIS e Unidades de Saúde bem equipados, como pontos médios os Recursos Humanos e a Gerência, como ponto baixo a falta de informatização em tempo real para integração e publicização dos dados de prevalência das doenças e resolutividade do sistema municipal de saúde, tendo como base a reestruturação do ESF conforme a proposta IV Conferência, Com o mote – Viva o SUS, Domingos Oliveira, que acompanhou todo esse processo como primeiro diretor do Comamp, entrevistou Sra. Carla Lacerda – Secretária de Saúde de Paraty, Sr. Hamylton Anjos – presidente do Conselho Municipal de Saúde; Sra. Eloa Moraes-Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde; Dr. Fernando Pedro Louro e os conselheiros e delegados da conferência Sra. Raquel Barros e Cidvaldo Apolinário – Vaval.
FL – Qual é a prioridade dessa conferência Municipal de Saúde?
Planejar os próximos quatro anos junto com os usuários, profissionais de saúde e com a população, De acordo com a legislação temos que fazer de quatro em quatro anos, logo estaremos editando e propagando para a população o que foi decidido pelos usuários, servidores da saúde e quem compareceu aqui na conferência.
FL -– A implantação mais efetiva do E-SUS para esses dados serem disponibilizados para as comunidade seria muito importante. Analisando as propostas da conferência não conseguimos ver isso?
Carla Lacerda – Já foi implantado! Se você entrar na página do Ministério da Saúde tem toda regulamentação do ESUS com os dados populacionais. A gente ainda tem muita caminhada, por isso a conferência é importante para colocarmos os pontos positivos e também os pontos negativos para aprendermos a lidar com as situações. Paraty tem evoluído muito na saúde, hoje estamos com 10 unidades de saúde todas equipadas, trabalhando a parte de humanização e a estrutura física das unidades para que a gente consiga cada vez mais acolher melhor da nossa população
FL -– Na sua palestra, você falou de comunicação, de acordo com o Gerenciamento Integrado, como ponto alto temos um bom Hospital , unidade de saúde família bem equipada, como ponto médio os recursos humanos e como ponto fraco a comunicação.
Entretanto o e-sus pode ampliar essa comunicação. Como presidente do conselho qual a prioridade do município nessa conferência?
Hamylto Anjos – Vários investimentos estão sendo feitos, estamos aumentando nossa estrutura de equipamentos para saúde de Paraty, mas também precisamos buscar a preparação do recursos humanos, preparando essas pessoas através de cursos ou treinamentos para que se possa dar a resposta que a sociedade precisa, que é o acolhimento. Então, essa é a medida que está faltando para a gente poder implementar o que está no plano nacional de humanização. Fazer convencer o Servidor que aquela pessoa que chega lá no balcão tanto do hospital como nos postos de saúde, ele não é só um paciente ele é cliente. Ele esta pagando!
FL – Quais são os eixos temáticos da conferência de saúde?
Eloá Moraes – fortalecimento da atenção primária, atenção básica que são os postos de saúde que tem perto da sua casa; a atenção especializada é o CIS da Patitiba, o hospital, o CAPS; vigilância em saúde e sanitária que cuida da sua comida quando vai no restaurante, de como funciona os sistemas de cuidado dos alimentos. Um exemplo: a vigilância epidemiológica foi protagonista nesse processo da pandemia; a vigilância ambiental que cuida da assistência as doenças que podem chegar a serem transmitidas pelos animais e controle social e o que estamos fazendo agora reunindo o Estado entorno da Prefeitura-Secretaria Municipal de Saúde, a comunidade, os trabalhadores de saúde e os prestadores de serviço.
FL — Dr. Fernando, há 25 anos, através do movimento comunitário COMAMP, implantamos o Médico de Familia em Paraty, na 4ª conferência Municipal de Saúde*, apogeu deste movimento, definindo como fundamental as reuniões das unidades de saúde com a comunidade; o controle da visitação junto com agente de saúde e a questão dos fitoterápicos. Fazendo uma análise do sistema de saúde, o maior problema está na comunicação, a comunidade não consegue ler os dados do DATASU?.
Fernando Pedro Loro — Esses dados precisariam ser alinhados com as instituições comunitárias. O SUS programa é a oitava maravilha do mundo : Universal, integral e Equidade. O que atrapalha a implementação do SUS é uma atenção à saúde hospitalar exagerada, em todo lugar, e a atenção primária fica secundária. Enquanto os diferentes setores da saúde: atenção primária, lá no posto; atenção secundária nas unidades especializada; atenção terciária o hospital e as vigilâncias não tiverem Integrados, com igual importância, a gente não vai conseguir um funcionamento perfeito do SUS … quando isso acontecer vamos ter um SUS andando a milhão … por conta disso que você tá falando dessa falta de integração de informação a resolutividade é muito precária.
FL — Raquel, você foi uma das primeiras agentes de saúde da família, que participou da implantação em 2001 do médico de família, ativamente de todas as conferências. Qual a sua visão hoje ?
Raquel Barros — Trazer de volta a promoção e prevenção da Saúde. Acho que tá um pouco esquecido;, muito assistencialista, marcação de consulta. A comunidade ficou esquecida nesse sentido. Por exemplo: tem muito alcoólatras, usuários de droga, então vamos fazer uma palestra sobre isso, vamos convidar a comunidade e chamar um palestrante para falar sobre hipertensão; pressão alta. Tem muitos diabéticos, vamos falar sobre diabetes.
Acho que tá faltando essa orientação. Aquela coisa de tá entrando na casa vendo a água, vacina que está faltando…
FL – Qual a prioridade que você acha que deve ser colocada nessa 10ª conferência de saúde?
Cidvaldo Apolinário
São os especiais! Se tiverem um pouco mais de ajuda do governo, do pessoal de Paraty, melhora muito essa área que precisa realmente ser vista em muitas coisas. Então, a minha prioridade aqui é essa.
FL – Esses são os invisíveis?
Cidvaldo Apolinário se formos lá no fundo do túnel que não tem uma luz, a luz não chegou neles… se chegar neles vai ser muito bom. Nós temos a APAE a AME, setores que podem ser mais trabalhados, ter mais médicos para assistir mais essas crianças. Vai ser muito bom.
Proposta de Reestruturação da ESF na *IV Conferência Municipal de Saúde em 2003
Reunião bimestral com as comunidades;
Cartão de controle do usuário com os critérios de atendimento;
Agendas definidas e bem divulgadas;
Definição do coordenador do ESF;
· Promover reuniões mensais entre as lideranças dos bairros para avaliação dos relatórios do SIAB;
· Garantir que a equipe da ESF seja profissionalizada e contratada de acordo com a legislação;
· Garantir que Conselho de Saúde receba mensalmente planilhas com os gastos mensais da secretaria de saúde e os relatórios de atendimento do hospital e do SIAB;
· Implantar o atendimento odontológico na estrutura do ESF
Veja matéria – A Visão de um repórter caolho – Qualidade do Sistema Único de Saúde – SUS Paraty
https://folhadolitoralcostaverde.com/a-visao-de-um-reporter-caolho-gerenciamento-integrado-do-sistema-de-saude-de-paraty/
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