Bruno e Dom expõem o caos do Brasil profundo

Antônio Conselheiro, Marielle Franco, Anderson Pedro, Dorothy Stang, Chico Mendes, Dom Phillips e Bruno Araújo, Carlos Marighella

Juçara Braga

A tenebrosa história que vamos conhecendo aos poucos a partir do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira – “um dos melhores de sua geração”, segundo apurou O Globo – e do jornalista inglês Dom Phillips revela a face podre de um Brasil que não se reconhece como nação, não tem legitimidade para se autoproclamar uma nação.

É fato que as coisas pioraram muito no atual desgoverno bolsonarista. Hoje, essa bandidagem que saqueia o País é estimulada publicamente por quem deveria combatê-la, mas, é preciso admitir que os criminosos que matam por ganância no Brasil profundo se sustentam numa onda de impunidade que, de resto, está presente em todo canto e não começou há duas semanas. No Brasil, matar dá lucro e raramente dá cadeia.

Essa constatação é muito triste, lamentável, mas é preciso reconhecê-la se pretendemos mudar essa realidade. A maioria dos assassinatos no Brasil permanece impune, boa parte sequer é elucidada. Os assassinos e também os mandantes seguem desconhecidos.

Quando conhecidos e levados a julgamento, a coisa se arrasta. Os julgamentos no Brasil são mais lentos que obra de igreja. Só para citar um caso com repercussão internacional, o assassino do Padre Josimo, em Imperatriz, no Maranhão, em maio de 1986, foi julgado em 1988, mas… fugiu e está livre e feliz em um canto qualquer dessa terra acolhedora.

Mandantes do crime foram julgados sabe quando? Em 2004. Dezoito, isso mesmo, 18 anos depois. Alguns foram condenados, mas, com benefício disso e daquilo, já devem ter deixado o xilindró. Se é que por lá passaram.

Mais recentemente, em 2018, temos o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Um assassino preso que, provavelmente, daqui a pouco estará solto com recurso daqui e de acolá. E o mandante, cadê? Para a sociedade, crime não elucidado. E a peia se arrasta, levando consigo a dor da família e expondo a fragilidade institucional de uma sociedade que não sabe punir seus vilões.

Vou parar por aqui porque esse assunto dá panos pra manga e textos longos cansam. Em breve, voltamos. Até já!

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