Versatilidade da Banana

Ainda é incompreensível como a banana é uma planta vista com certo desdém, até mesmo por quem as produz, uma vez que a bananeira gera energia alimentar igual ao milho ou à batata e mais que o trigo ou arroz, além do seupotencial culinário versátil. Quando verde, pode ser cozida ou frita; madura, pode ser consumida natural, cozida, assada, em purê, etc.Se está bem amadurecida ou “passando” pode virar doce. E ainda pode-se fazer a cachaça de banana.

Bananas são ricas em potássio e seus troncos, folhas e desbrotas podem ser aproveitados como alimentos para suínos e ruminantes.

No quesito produção, a banana apresenta ainda maior versatilidade e dá menos trabalho que os cereais citados. Após estabelecido (cerca de1 ano), o bananal produzirá por 4 ou 5 anos, sem muita exigência, ao contrário do milho, arroz, batata e trigo.
A boa habilidade de um agricultor fará com que tenha banana madura todos os dias em sua plantação. E, se a questão for enjoar do gosto, pode-se lançar mão de uma variedade delas, cada uma com um sabor próprio.

O Cultivo
A grande presença dessa planta na nossa região, não significa que não precisamos nos preocupar com o seu cultivo. Um bananal só produzirá bem se o solo estiver solto, abastecido de água, drenado com bastante matéria orgânica e, em determinadas regiões, protegido de fortes ventos e frio intenso. Nesse caso, deve-se cuidar para que o plantio não fique entouceirado.A cova deve ter 60cm X 60cm X 60cm, com espaço de 3m a 5m, de acordo com a variedade. Cada cova precisa ser adubada com 20 litros de esterco bem curtido ou composto, 1kg de cinza de madeira. Terrenos fracos ou compactados exigem maior dimensão das covas. O plantio deve ser feito em estação chuvosa. Por produzir muita biomassa, a banana contém grande quantidade de nutrientes minerais em seus cachos (principalmente K, N, Ca – Nitrogênio, Potássio e Cálcio), por essa razão é que, a partir do segundo ano, responde à adubação com cinzas e esterco. Para economizar adubo, pode-se plantar leguminosas para fixar o N, uma vez que esse elemento exige muita luz para fixação. Como, nesse caso, corre-se o risco da incidência de ervas daninhas, recomenda-se plantar anileira e o amendoim rasteiro ou o guandu e a mucuna anões. Em sua maioria as bananeiras produzem mais brotos que o ideal. Desta forma, deve-se fazer o desbaste obrigatório para se colher bons cachos.

Variedades
Os tipos de banana mais comuns cultivadas no Brasil são: prata, nanica, maçã, as de fritar e cozinhar. Destaca-se, contudo, a prata, em cujo grupo existem variedades mais resistentes ao fungo Fusarium oxisporum (conhecido por Mal do Panamá), que é transmitida pela muda retirada de plantas contaminadas. A banana maçã é mais delicada e valorizada, porém, muito sensível ao fungo que a destrói, de forma vascular.
As bananas do grupo nanica são muito encontradas em São Paulo e para o Sul, tendo furado o bloqueio da concorrência internacional. As mais altas – nanicão ou Grand Naine, variedade um pouco mais altas – estão ganhando prioridade nos plantios, por serem mais vigorosas, terem cachos maiores e não serem afetadas pelo Mal do Panamá. No entanto, são mais sensíveis a outro tipo de doença que queima as folhas das bananeiras – mal de Sigatoka.
As de fritar e cozinhar distinguem-se por seus amidos não se desdobrarem completamente em açúcares. A mais comum nesse grupo é a Figo, angulosa. São preferidas do bezourinho “moleque”, que pode ser controlado com iscas com fungo Beauveria bassiana.Nesse grupo destacam-se ainda as de fritar – terra, pacova ou grande (algumas alcançam 40 cm). Elas não se desmancham ao cozinhar.

Cuidados com a colheita
A colheita dos cachos para consumo tem que ser acompanhada de muito cuidado, evitando-se batidas e escoriações, que podem deixar pretos os frutos quando amadurecem. O ponto de colheita é variável. Quando elas amadurecem naturalmente, penduradas na bananeira, ficam mais saborosas. O tratamento em estufa amarela a casca e destrói o tanino da banana. No inverno o tempo de maturação é maior.
Para consumo doméstico deve-se fazer um escalonamento na colheita, sendo que cada cacho deve ser colhido antes do anterior madurar.

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