“Mucungo – A história da cachaça em Paraty”

O livro ”Mucungo – A história da cachaça em Paraty”, foi lançado pela Associação de Amigos e Produtores de Cachaça de Paraty – APACAP, em seis de janeiro de 2022, na Casa da Cultura de Paraty. O evento, conduzido por Lúcio Gama, presidente da APACAP, ao final, agradeceu a presença de todos, convidando os presentes para degustarem as cachaças e conversarem sobre o livro.

Em depoimento para o Flitoral, Lúcio Gama destacou: —“Estou aqui para apresentar o livro Mucungo – A História da Cachaça em Paraty, que estamos lançando hoje pela APACAP. É um livro que descreve o crescimento da cidade, como a cachaça participou desse desenvolvimento, resgatando ações dos últimos 20 anos da cachaça em Paraty e destaca o processo de retomada do setor. Paraty é a única cidade do Brasil, que produz cachaça e tem o nome próprio para o vinho da cana usado para ser destilado a cachaça, que é o nosso Mucungo.” Finaliza, convidando a todos a conhecer toda essa história através dessa edição.

  Entrevistas

Flitoral — Lúcio Gama, momento importante para Paraty? A história!
Lúcio Gama – Sem dúvida Domingos! É uma oportunidade que temos de colocar um pouco mais na história da nossa cidade, a nossa cachaça, para que todo mundo possa conhecer todo esse caminho que a cachaça de Paraty trilhou até aqui.

Flitoral – Flávio Leão, ensejo importante para história de Paraty? Você que já trilhou pelo caminho do ouro, e hoje pelos caminhos da cachaça!

Flávio Leão — Pois é! Muito interessante Domingos! Fico feliz de estar aqui terminando mais um trabalho, consciente que essa participação do pessoal de Paraty é muito importante e fico feliz de poder estar aqui com vocês. Muito obrigado pela oportunidade.

Flitoral — Norival da Silva Carneiro, você acompanhou esse processo quando no Fórum DLIS Agenda 21, defendeu o projeto da cachaça de Paraty. Foi daquele propósito que você apresentou junto ao SEBRAE, que conseguiu os recursos? Como é que você vê hoje toda essa história da cachaça?

Norival da Silva Carneiro — Depois do Fórum DLIS nasceu no pensamento da APACAP esse livro, que culminou com seu lançamento hoje — Mucungo! A história da cachaça em Paraty. Mas antes disso, muitas coisas boas aconteceram! Toda a revitalização do Parque Produtor de Cachaça em Paraty, a Indicação de Procedência e agora estamos buscando a Indicação de Origem – DO.

 

 

Flitoral — Celso Merola, um grande entusiasta da cachaça de Paraty! Acompanha o movimento da Gastronomia Sustentável e a cachaça sendo o primeiro produto da Gastronomia Sustentável. Teve conjuntura marcante, foi lá no clube de engenharia o grande momento?

Celso Merola — Sim. Estivemos dentro desse processo de valorização dos produtos do Rio de Janeiro, dessa ligação do produtor, do produtor familiar, do pequeno produtor, realizamos um evento no Clube de Engenharia e foi marcante com a participação de Paraty, era o início do trabalho da Gastronomia Sustentável. Então, tivemos uma série de produtos daqui da região, que foram muito bem recebidos por todos. Eu acho que foi muito interessante aquele evento. Estou super emocionado de estar aqui, esse foi um trabalho construído a muitas mãos, durante muito tempo e foi muito legal; o resultado que agora a gente vê é muito interessante e muito bom.

 

Flitoral — Geovane Leal, engenheiro agrônomo que acompanhou o processo da cachaça de Paraty. O que representa esse momento de lançamento desse livro?
Geovane Leal — Esse momento é extremamente importante. Desde o início da história da cachaça, até o trabalho que eu tive a oportunidade de fazer parte e de contribuir um pouco com a inovação, com a tecnologia e a proteção de todo esse Patrimônio Histórico, intelectual, celebrando com o livro Mucungo- A História da Cachaça de Paraty.

Flitoral — Marcos Marques, você participou desse processo do Fórum DLIS que gerou o projeto da cachaça através da sua esposa Maria Auxiliadora Dabella, que foi uma grande entusiasta, acho que a mãe desse projeto todo. Muito saudoso! O quê a gente poderia relembrar desse momento tão bacana, desse projeto?

Marcos Marques — Muito obrigado por essa oportunidade de relembrar com muito orgulho da minha saudosa esposa Maria Auxiliadora Dabella. Em resumo, o que eu posso dizer, é que ela administrou o Balcão Sebrae, visando sempre o resultado máximo! E isso foi investido aqui na municipalidade , o resultado máximo na cachaça com ‘upgrade’ do setor. Hoje é uma referência nacional, e para você conhecer Paraty, tem que vir conhecer os alambiques e comprar a cachaça de Paraty. Obrigado.

Flitoral – Eduardo Melo (Dudu), fazendo uma breve história: em 2000, do projeto apresentado por Norival no DLIS Agenda 21, nasceu o projeto de revitalização da cachaça. Depois desses vinte e poucos anos, hoje nós estamos lançando um livro narrando essa história. Qual a tua sensação sobre isso?

Eduardo Mello – Acho que eu vou até antes disso, até os nossos antepassados que vieram trilhando esse ofício de fazer cachaça, de viver da cachaça. Quando culminou com a data que você falou em 97/98, a vinda da Maria Auxiliadora do SEBRAE e da Agenda para Paraty, essas ações, junto com o nosso ‘associativismo’, resultou na criação da APACAP. Hoje, dia seis de Janeiro, estamos conseguindo traduzir isso num livro. Esse trabalho que nossos ancestrais fizeram e essa história recente que estamos trilhando, está materializada e imortalizada nesse livro que fizemos com tanto carinho, contando para as pessoas que não sabem o quão é importante a história da cachaça em Paraty. Esse trabalho foi combinado também com a Indicação Geográfica de procedência, e agoranós vamos ter a DO – Indicação de Origem, que no futuro também vai fazer parte da história, sendo também a primeira DO. Então! A APACAP e a cachaça de Paraty estão de parabéns, e que as novas gerações sigam o caminho que nós estamos criando hoje.

Flitoral – A cachaça de Paraty foi o primeiro produto certificado pela Gastronomia Sustentável?
Eduardo Mello – Positivo! Um dos primeiros produtos. Primeiro produto certificado pela Gastronomia Sustentável, e que continua a tradição até hoje.
Flitoral — “Paraty é o meu peixe, o meu peixe é Paraty. Paraty é a minha cachaça”… Eduardo Mello – … “minha cachaça é Para ti” !

 

Fazendo uma homenagem póstuma a Maria Auxiliadora transcrevemos a sua fala no festival da cachaça em 2015

Flitoral – Maria auxiliadora Paraty é a nossa cachaça?

Maria Auxiliadora- ” com certeza para que a nossa cachaça é um produto que foi trabalhado com muito vigor, e com muito entusiasmo por todos os parceiros e principalmente pelos alambiqueiros para transformar essa cachaça no produto de qualidade que Paraty se orgulha em possuir”

 

 

Serviço

MUCUNGOA História da Cachaça em Paraty

A APACAP – Associação Dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty teve a iniciativa de fazer um resgate da história e da cultura da cachaça no município, desenvolvendo o projeto de elaboração deste livro. Ao longo do processo de reconhecimento da Indicação Geográfica da Cachaça de Paraty, foi necessário desenvolver um levantamento histórico da cachaça na região. Sendo assim, os produtores associados resolveram investir na pesquisa para resgatar toda a história do principal produto paratiense, desde o início da sua produção até os dias atuais e, também, por meio de entrevistas e depoimentos, documentar todos os trabalhos realizados nos últimos 25 anos que proporcionaram o renascimento do setor no município.

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi convidado o pesquisador e escritor Flávio Leão, autor dos livros De Volta à Estrada Real e Caminho do Ouro, Caminho do Mar, ambos escritos depois de percorrer, a pé, os dois trechos do Caminho do Ouro. O autor contou com a participação do produtor Lúcio Gama Freire na coautoria da obra.

A partir daí, foram anos de muitas pesquisas, estudos e entrevistas para desenvolver o projeto que se resume neste livro.

Como a história da cachaça de Paraty não se concentra apenas no seu rico passado, mas continua sendo escrita até os dias atuais, o trabalho precisou ser dividido em duas partes. Na primeira foi realizado o levantamento dos acontecimentos relacionados com Paraty e sua cachaça nos últimos cinco séculos – 1500 a 2000 – e, na segunda parte, tudo o que vem sendo trabalhado no século atual, com os depoimentos dos atores participantes dessa história.

O resultado de todas as pesquisas, levantamento de documentos históricos, entrevistas e depoimentos resultaram no texto deste livro que, sem dúvida, proporcionará ao leitor um conhecimento amplo de toda a tradição, a cultura e a importância que a cachaça tem na história e no desenvolvimento da região de Paraty.

É um livro para  ser degustado e brindado com um cálice de Paraty.

 

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Editor Flitoral

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