A visão de um reporter caolho – “Alternativas para pacientes com catarata”

Com os pseudônimos de E. Moura, Cabeça Chata, Jeca Tátus, Capitulino e Domingos Oliveira tenho assinado, nestes últimos 26 anos, editoriais, matérias, documentários, campanhas e projetos para este veículo proativo, multicultural, socioambiental que, com sua nova marca minimalista – Flitoral – promove a sua missão de comunicar@ções para vida.

A perda da visão do meu olho esquerdo devido ao envelhecimento do cristalino (catarata senil) motivou-me a criar o programa intitulado “A Visão de um Repórter Caolho”, no qual relato a caminhada de um olho cego procurando por outros. A catarata senil é a principal causa de cegueira em todo mundo, embora ela possa ser revertida com uma operação simples de troca do cristalino.
Considerando que as bengaladas dos cegos podem nos fazer enxergar alternativas para evitar que pessoas com baixa visão por catarata evoluam para cegueira, segue matéria com a primeira edição do programa:

A Visão de um Reporte Caolho – Alternativas para pacientes com catarata.

A visão tem importante significado social, é um meio de comunicação importante para relações interpessoais e atividades profissionais. A baixa acuidade visual frequentemente tem impacto negativo sobre a qualidade de vida, originando problemas psicológicos, sociais e econômicos, pois implica em perda de autoestima, de status e em restrições ocupacionais. Para a sociedade, representa encargo oneroso e perda de força de trabalho (CASTAGNO, 2009; MEDINA, 2011)

A catarata responde por 47,8% dos casos de cegueira nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos (RESNIKOFF, 2004). Pode ser de etiologia senil, congênita, traumática ou secundária (KARA-JOSÉ, 2008). A principal forma da catarata é a senil, sobre a qual devem-se concentrar os estudos epidemiológicos e de prevalência.

A catarata senil não é considerada uma doença, mas um processo normal de envelhecimento com maior incidência na população acima de 50 anos (KARA-JOSÉ, 2008). Sua prevalência foi estimada em 2,5% entre 40 e 49 anos, 6,8% entre 50 e 59 anos, 20% entre 60 e 69 anos, 42,8% entre 70 e 79 anos e 68,3% em maiores de 80 anos (KARA-JOSÉ, 2008).

Considerando parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil, provavelmente, tem 550 mil novos casos de catarata por ano, o que caracteriza um importante problema de saúde pública.

O tratamento é cirúrgico, relativamente simples e tem sido praticado com segurança há muitos anos por clínicas particulares com valores em torno de R$ 3 mil e gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Neste caso, é necessária uma avaliação médica Unidade de Saúde da Família que encaminha a pessoa para a fila de espera de um oftalmologista do SUS. Este, por sua vez, solicitará os exames necessários e fará o encaminhamento para a fila espera da cirurgia.

Em seu site, o Ministério da Saúde pede paciência aos pacientes, informando que, devido ao alto número de solicitações para a operação, a fila de espera é muito longa, uma cirurgia pode levar até anos e a situação pode variar dependendo da cidade e do Estado. Se a catarata for grave ou emergencial, você também poderá entrar na morosa fila das ações judiciais para ‘agilizar” a cirurgia. Parece piada!

No nosso caso, município de Paraty – RJ, estou aguardando há quatro meses a data da consulta com o oftalmologista. Conforme as informações informais de balcão e sem transparência da Unidade de Saúde da Família a previsão desta consulta é mais ou menos para o final de abril. Imaginem a data da cirurgia! Com estas animadoras previsões do nosso Sistema de Saúde é mais fácil aprender japonês em braile.

Na visão do Repórter Caolho, se o conhecimento do conhecimento, proposto por Humberto Maturana, nos compromete, pois depois que sabemos não podemos dizer que não sabíamos, se a Constituição Federal nos garante que saúde é um direito de todos e dever do Estado e vivemos na era da informação, cibernética de terceira ordem, inteligência artificial, é simplesmente inadmissível a falta de transparências dos dados de prevalência de catarata por faixa etária na população, números de consultas feitas por mês, operações anuais por municípios e suas agendas bem definidas e disponíveis via internet para que todos os pacientes, pacientes, antes da cegueira total possam pelo menos ter o direto de buscar outras alternativas.
Estas demandas foram encaminhadas ao Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Paraty, Sr. Hamylton Anjos. Estamos aguardando resposta.

Antes de finalizar esta edição agradeço aos nossos editores do Flitoral, Carlos Dei, Juçara Braga, em especial João Bosco Gomes, e meu irmão Alexandre Moura por articularem familiares e amigos para o financiamento da operação do cristalino do meu olho esquerdo, enquanto isto continuarei trabalhando com o olho da direta para pagar este generoso financiamento. Também não posso deixar de citar e agradecer aos amigos: Formigão/ Nilmara, Mary Jo / Luizinho Santos, Gilberto França, Bruno Melo, Mestre Chico Livino, minha companheira Janete Roch e meus Filhos Edmar Tomas e Ada Maria pela paciência com este Repórter Caolho.

Finalizando gostaria de convidá-lo para esta caminhada de um olho cego procurando por outros, que nos ajude a ampliar nossas visões além do que os olhos possam enxergar.

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 A Visão de um repórter caolho – Qualidade do Sistema Único de Saúde – SUS Paraty 

EXPEDIENTE:

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Editor Flitoral

2 respostas para A visão de um reporter caolho – “Alternativas para pacientes com catarata”

  1. ida Mariano diz:

    Mais um trabalho expressivo a serviço da sociedade. Informação, empatia e atitude social definem esse jornalista.

  2. juçara cristina braga dos santos diz:

    Caro repórter caolho Domingos Moura, que enxerga muito além do horizonte, é uma honra estar com vocês nesta resistência jornalística proativa, multicultural e socioambiental da Flitoral. Avante!

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